Profissionais da saúde partilham experiência com Expedição Renascer 2023.
Na segunda-feira, 13, iniciaram os atendimentos de saúde com as profissionais voluntárias no Espaço de Paz. A prioridade das consultas foi dada para as crianças e jovens (juntamente de suas famílias) que são assistidos pela instituição. A partir da quarta-feira, 15, ficou disponível para o público em geral.
A equipe de saúde da Expedição Renascer 2023 foi composta por duas assistentes sociais, duas enfermeiras, três médicas, uma nutricionista e uma dentista.
Assim, o serviço tem o objetivo de agir de modo multidisciplinar, por isso, inicialmente, os pacientes são acolhidos pelas assistentes sociais, depois são direcionadas para a triagem, em seguida consultório médico, nutricionista, dentista e farmácia.
De acordo com Luzete Costa, médica ortopedista que está chefiando a equipe, o objetivo do serviço de saúde é realizar um atendimento que seja multidisciplinar, envolvendo multiprofissionais, abordando de forma integral a criança, principalmente a que está no Espaço de Paz. Além da criança assistida pelo EP, são atendidos seus irmãos e os pais.
“A intenção é que a criança seja abordada sob vários aspectos: na saúde social, mental, física, odontológica”, Luzete Costa, médica ortopedista.
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Após os atendimentos no Espaço de Paz, a equipe irá realizar visitas a domicílios selecionados, cujos membros familiares não podem se deslocar.
“Não poderíamos perder a oportunidade da expedição de levar atendimento a essas famílias”, revela Dilma França.
Atendimento profissional especializado
Um dos diferenciais desta Expedição foi o fato de uma das voluntárias ser ortopedista – especialidade rara no município de Chaves (PA).
A vinda da profissional veio a calhar com a necessidade de Mônica Ramos, costureira do município de Chaves, que sofreu uma lesão no pé direito há cerca de dois meses.
Ela foi atendida por Luzete que há 32 anos atua na ortopedia e há 18 é professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Fortaleza (CE).
“Quero agradecer e pedir que venham mais especialidades para atender nossa população que carece desses profissionais”, disse a chaveense.
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“Seria muito bom que tivéssemos oftalmologistas, ginecologistas, mais pediatras, geriatras. Isso faria um diferencial na nossa equipe. Graças a Deus sempre temos o básico. Aqui na Ilha de Marajó eles não têm acesso a tantos especialistas e nós podermos dar esse presente para eles aqui”, afirma Luzete.
Um salário imensurável
Esta é a sétima expedição que Luzete Costa participa. Ela acredita na importância do trabalho profissional na sua área. “Acredito que essa experiência de voluntariado, seja na área de saúde ou em áreas afins, é uma experiência rica, porque é onde se tem a oportunidade de sair de si, encontrar pessoas que podem tanto do ponto de vista cultural, ambiental“, conta ela.
“É imensurável o salário do trabalho voluntário porque ele não tem medidas”, afirma Luzete
Sobre o voluntariado ela anima a: “Olhar para o outro – e não sentir pena – mas ver o outro como um semelhante a você, que merece dignidade, que merece como um filho de Deus: o melhor“.
De acordo com a médica, as doenças mais comuns na região: verminoses, doenças respiratórias (asma, bronquite), lesões da pele (escabiose, por bicho peçonhento). “Embora não seja tão visível, crianças com ansiedade, que percebemos com distúrbios psicológicos ou psiquiátricos. Nós sabemos que existem problemas familiares: maus tratos, abusos. Além da desnutrição nas crianças“, revela a profissional.
“Sempre que a Expedição vem, vermifugamos as crianças atendidas”, afirma Luzete.
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Novo sentido na profissão
Juliane Zanon, enfermeira de Cascavel (PR) conheceu a Comunidade Shalom pela sua prima Jaqueline Bilibiu que participou da Expedição Visita Pastoral em Chaves (PA) em 2019.
“A visão que tinha como enfermeira mudou completamente”, Juliane Neneve
Quando descobriu a oportunidade de viajar em missão ela não hesitou em se inscrever. A enfermeira conta que a experiência voluntária tem lhe transformado profissionalmente.
“Ver a situação das pessoas que aqui moram muda seu contexto de vida. Para mim a visão que tinha como enfermeira mudou completamente. Eu sempre pensei em prestar o melhor atendimento para o indivíduo, mas quando me deparei com essas pessoas em que a maioria estão com uma magreza muito baixa, pessoas que muitas vezes não tem o que comer em sua casa, comecei a olhar para o indivíduo com todo seu contexto, sua família, a questão de moradia. Isso que mudou: ter um olhar mais atento”, revela a voluntária.
Para além dos trabalhos da saúde, Juliane diz estar tendo uma “virada de vida” também no que diz respeito ao seu relacionamento com Deus. Apesar de já ter frequentado a renovação carismática, o contato com o Carisma Shalom se deu por meio do Programa de Voluntariado.
“Achei muito legal o modo de oração de vocês. As laudes, os louvores isso tudo tem me transformado espiritualmente de forma intensa. Deus está falando comigo um pouquinho a cada dia. Meu coração está se transformando nessa missão”, afirma Juliane.
“Deus abençoou as minhas mãos, me sinto com o dever de me doar”, Juliane Zanon
Por Socorro Mouta