Missionária em Madagascar testemunha amor aos pobres
Como é ser um amigo dos pobres de Madagascar? Confira testemunho de missionária brasileira que mora na África há quase seis anos.
19 novembro 2023
Eu sou Magnaura Lima De Maria, consagrada da Comunidade de Vida Shalom e celibatária pelo Reino dos Céus. Estou na missão de Madagascar há 5 anos e 10 meses, sirvo em dois cursos que disponibilizamos na missão: o curso de culinária para adolescentes e o curso de artesanato.
Está aqui para mim é um grande convite de Deus a amá-lo nos mais pobres, jovens , crianças, famílias, amar os que ele ama. Ao longo desses quase 6 anos de missão em Madagascar fui tendo a experiência de que nada é em vão, nenhuma oferta, nenhum cansaço, nenhuma lágrima, nenhum sofrimento vivido com os nossos pobres será em vão, tudo é agradável ao coração de Deus.
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Para amar a Jesus eu só tenho o hoje, para amar e servir a Deus na missão de Madagascar só tenho o hoje, por isso que eu sempre tenho a decisão de vida de estar presente no presente, viver com intensidade a missão que a mim foi confiada.
Experiência de Céu
Uma experiência que marcou a minha chegada em Madagascar, foi na evangelização no hospital, e ao visitar os pacientes, encontramos um jovem de 23 anos que estava com febre tifoide já tinha sido submetido à uma cirurgia, mas ele não reagiu bem, teve um quadro de infecção, este jovem estava desmaiando de dor, não sabíamos o que fazer para ajudar aquele jovem e não tinha nenhum médico.
Eu e a outra missionária fomos na enfermaria para tentar conseguir algum socorro, havia duas enfermeiras, falamos com ela sobre a realidade dele, elas responderam que não tinha o que fazer , pois estava esperando a irmã dele chegar pois ela tinha ido comprar morfina. Ao voltamos para o leito, o jovem estava desmaiado e a mãe batendo no rosto e gritando o nome dele, foi muito doloroso sente por alguns segundos a dor daquela mãe, claro a dor dela era mil vezes maior.
Com aquela senhora com o rosto em lágrimas decidimos tirar o filho dela nos braços e levar para a emergência e o meu sentimento era de tirar Jesus da cruz depois da Paixão. Três mulheres carregando um corpo chagado e quase sem vida, mas naquele momento o que contava era a compaixão por aquela família. Tiramos força de onde não tínhamos para descer 15 degraus do hospital.
Ao chegar na emergência tinha enfermeiras mais elas não sabiam o que fazer, a irmã ao chegar com a morfina, ninguém sabia aplicar, então tomamos outra decisão de levá-lo para outro hospital próximo do centro de evangelização, e assim foi feito. A mãe levou o filho para o hospital, onde teve um atendimento um pouco melhor, foi medicado, precisou fazer uma cirurgia de emergência.
No dia seguinte, fomos visitá-lo. Para nós era uma incerteza se ela estava vivo ou não, mas fomos na fé e na esperança e ao encontrá-lo no quarto bem e conversando foi, para nós, um grande milagre. Ele ficou muito feliz ao nos ver, sem saber o nosso nome, só sabia que era do Shalom e queria agradecer pelo socorro e pelo presente que demos a ele ( uma foto de padre Pio ). Conversamos, falamos da comunidade, rezamos por ele suplicando o Batismo no Espírito Santo.
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Dois dias depois ele teve uma parada cardíaca e não resistiu, a mãe do jovem que nos deu a notícia e ao nos dizer que ele tinha falecido, ela nos disse que sabia que o filho dela estava no Céu, pois ele tinha conhecido a Deus através do Shalom…
E para nos também é uma grande certeza do seu Céu. Na esperança sabemos que ele é tanto outros pobre , crianças, jovens, idosos estarão nos esperando no Céu. Está é a minha certeza e esperança.
Magnaura Lima, Consagrada da Comunidade Vida Shalom em Madagascar
